Errante, perdido, caminhou... Envolto no manto da noite. Aportou no balcão de alguns bares, Auscultou alheios murmúrios, Desdenhou de alguns esgares Que furtivamente observava.Baixava o olhar momentaneamenteSe alguém dava pela sua presençaDepois sorvia de um trago,O que o pudesse reter por ali. Fustigava-o o frio com um açoite Mas de novo vagueavaAté entrar novamenteMeio distante e sem convicção, Mais uma bebida, tentativa frustrada De afugentar a sensação de solidão,Mais uma noite passada. E quando tarde da noite, Ébrio, alterado e cambaleanteDecidia que era hora de regressar, Não pensava quão grande era o risco Na hora de por o motor a trabalhar. Os anos foram passando, Alguns autos totalmente destruídos.Cicatrizes, essas recordandoResultados dessa antiga insegurança As horas e esses passos perdidos, Deram lugar a uma renovada esperança.
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