Parábola dos dois mares
Um É fresco e cheio de peixes
Formosas plantas
Adornam as suas margens;
As árvores estendem
A sua rama sobre ele.
E alargam suas sedentas raízes
Para beber suas saudáveis aguas.
E nas suas praias os meninos jogam.
O rio Jordão faz este mar com
Borbulhantes aguas das colinas
Que riem ao entardecer.
Os homens constroem
Suas casas nas redondezas.
E os pássaros, seus ninhos.
E toda a classe de vida é feliz
Por poder estar ali.
O rio Jordão continua até ao sul.
Até outro mar.
Aqui não há traços de vida.
Nem murmúrios de folhas.
Nem canto de pássaros.
Nem sorrisos dos meninos.
Os viajantes escolhem outra rota:
Somente por urgência o cruzam.
O ar é espesso sobre suas águas.
E nenhum homem ou besta
Nem nenhuma ave lá bebe.
Que faz esta diferença entre
Mares vizinhos?
Não é o rio Jordão.
Ele leva a mesma água aos dois.
Não é o solo sobre o que estão.
Nem o campo que os rodeia.
A diferença é esta:
O mar da Galileia recebe o rio
Porém não o retêm:
Por cada gota que a ele chega,
Outra sai.
O dar e receber
São de igual maneira.
O Outro é avaro,
Guarda seu ingresso zelosamente.
Não tem um generoso impulso.
Cada gota que lhe chega, ali se detém.
O mar da Galileia dá e vive
O outro mar não dá nada.
Chamam-lhe "O Mar Morto"
Por:De:Paulo Rogério Petrizi
Foto: Fotomacs' em Flickr